Seguidores

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

GUERRA PELO PETRÓLEO - CONHECIMENTO GERAIS

                                                                GUERRA PELO ÓLEO

Conhecer os motivos da ocupação norte-americana no Iraque é fundamental para entender a retirada e seu impacto na geopolítica global.

No fim de agosto deste ano, começou a retirada das tropas norte-americanas do Iraque. A desocupação - 50 mil soldados ficarão por lá até 2011, contra os 144 mil de 2003, quando começou a ação - faz parte de uma intricada e completa conjuntura, que remete aos significados históricos da geopolítica mundial e aponta para a necessidade de analisar as relações de poder entre os envolvidos nessa questão da atualidade.
Para levar os interessados a entender todos os desdobramentos da desocupação norte-americana, é fundamental compreender os motivos reais da invasão, como o desejo de controlar o petróleo naquele país.
Afinal, o Iraque tem a segunda maior reserva do Oriente Médio. " Os Estados Unidos são muito dependentes do óleo. Por isso, tentam controlar o fluxo desse recurso no mundo" , explica o geógrafo Luiz Bittar Venturi, da Universidade de São Paulo (USP). Na época da invasão, o discurso do governo norte-americano não deixava claras as intenções da empreitada, já que alegar motivações econômicas poderia arruinar sua imagem perante a opinião pública. A ocupação foi anunciada como parte de uma estratégia para combater o terrorismo no chamado Eixo do Mal - Irã, Iraque e Coreia do Norte, países com supostas armas de destruição em massa.
"Nessa época, os Estados Unidos se imaginavam como uma espécie de xerife do mundo e acreditavam ter uma missão internacional contra o "mal", representado principalmente pelo islamismo", lembra o geógrafo José William Vesentini, professor da USP e autor de livros.

Controlar o Petróleo, uma das estratégias norte-americanas.

As armas de destruição em massa iraquianas  o pretexto da ocupação - nunca foram encontradas, o que deixa claro que a motivação era realmente controlar o petróleo iraquiano: uma das primeiras medidas das tropas norte-americanas ao chegar ao país foi vigiar terminais e campos petrolíferos. Até a disposição das bases militares pelo território iraquiano mostra como o país estava disposto a defender a circulação regular dos fluxos do combustível, podendo recorrer rapidamente ao uso da força quando isso fosse necessário.
Desde 2000, era possível notar uma alta no consumo de petróleo, impulsionada pela demanda do setor de transportes norte-americano - o que contribuiu para o aumento no preço do recurso. Além disso, as sanções impostas ao Iraque após a Guerra do Golfo, de 1991, não estavam funcionando em 2003. Saddam Hussein iniciou, então, uma escalada na extração de petróleo e fechou vários acordos de exploração com empresas francesas. Isso fez com que muitas empresas petrolíferas norte-americanas fossem preteridas.
Era uma situação complicada para o país, que, ao mesmo tempo em que via sua demanda subir, tinha de lidar com um ditador que ameaçava desestabilizar o fluxo do oléo na região e, assim afetar o fornecimento do combustível no mundo todo.

Demanda por petróleo controlada, hora de sair.

Sete anos depois, a situação na região está sob controle, o que não justifica a manutenção das tropas norte-americanas no Iraque. " Os Estados Unidos hoje têm garantida sua demanda pelo oléo, do Iraque e de vários outros países, inclusive da América do Sul, como Venezuela", explica o geógrafo Roberto Giansanti.
E não há mais Saddam Hussein. Depois de governar desde 1993, ele caiu logo após a invasão. Foi capturado, preso e enforcado. Em 2009, o presidente norte-americano Barack Obama anunciou a retirada para este ano. Essa era uma de suas bandeiras na campanha eleitoral.

Fonte : Nova Escola

Nenhum comentário:

Postar um comentário