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sábado, 30 de março de 2019

AMANHECE O DIA EM CAPÃO DA CANOA .


NASCER DO SOL EM CAPÃO DA CANOA


LUA EM CAPÃO DA CANOA NO DIA 21/03/2019


CAPÃO DA CANOA AO AMANHECER DO DIA 30/03/2019 - AVENIDA BEIRA-MAR .


NASCER DO SOL EM CAPÃO DA CANOA EM 30/03/2019


LAGOA DOS QUADROS EM 30/03/2019


LAGOA DOS QUADROS EM 30/03/2019


GUARÁ ONTEM E HOJE

Guará, ontem e hoje

Texto: João Cândido|MC

  Iniciado com o nome de Chácara Guará, em virtude do tamanho de seus lotes, a então Vila Guará, começou a tomar forma pelo ano de 1950/52 com a chegada dos primeiros moradores. 
  Situada às margens da RS 407, então entrada principal de Capão da Canoa, a Vila Guará, fica em uma localização privilegiada geograficamente, pois também é, a principal "porta" de entrada do Balneário Atlântida e Xangri-Lá. 
Formada, na sua maioria, por moradores oriundos de Santa Catarina e Maquiné, a Vila Guará era fornecedora de mão de obra especializada para o Balneário Atlântida (foto) que, também estava sendo criado.
  Entre as famílias pioneiras na criação do povoado podemos citar: Família Grizza, Família Borges, Família Alves, Família Machado, Família Reus, Família, Familia Dias, Família Silva, Família Elíbio, Família Souza, Família Pereira, Família Nicolau, dentre outras. 
  No meu caso, que cheguei no "vilarejo" no ano de 1958, segundo a dona Noquinha, minha mãe, tenho muitas e boas lembranças daqueles tempos. Lembro-me da Estrada (hoje ERS 407) que era de saibro e após a passagem da "patrola" ou motoniveladora, para ser mais correto, que deixava a pista nivelada, sempre sobravam algumas pequenas pedras arredondadas, que nós, piás, vez por outra usávamos como bochas, nos nossos jogos de fim de tarde. 
  Também, devo citar os intermináveis jogos de bola de gude, mas onde eu quase nunca vencia, que eram realizados nas “ruas”, que quase nunca passavam automóveis e nos sentíamos verdadeiros donos delas. 
  No início dos anos 1970, com a pavimentação asfáltica da ERS 407, aumentou muito o número de moradores na comunidade. 
  Também, começaram a chegar novos comércios, indústrias e prestadores de serviço. Hoje, embora seja Distrito e continue sendo chamada de Bairro Guará tem uma população estimada em torno 4.500 pessoas. Um número aproximado de 110 empresas, divididas entre comércio, indústria e prestação de serviço, com destaque para o setor moveleiro, que perfaz em torno de 10% deste total. 
 Também, moram no Bairro vários profissionais liberais, dentre os quais podemos destacar: psicólogos, fisioterapeutas, advogados, administradores de empresas, arquitetos, eletricistas, técnico em edificações, dentre outros. 
  Por, tudo isso, o Guará tem o “título” de Melhor Bairro de Xangri-Lá. Na foto, cedida por Chico Grizza, datada do início dos anos 1950, podemos citar alguns dos primeiros moradores do Guará, que ajudaram na implantação do Balneário Atlântida. 
  Na foto, entre muitas pessoas importantes na criação do bairro Guará estão Francisco Grizza e Luiz Grizza, Valdomiro Dias (Tio Côco), Eli eletricista, Seu Baixinho, Domingos Neto e Seu Dego. Cidadãos que fizeram o Bairro Guará ser um dos melhores do Litoral Norte para se viver, com famílias trabalhadoras e amigas de todos que por ali chegam para formar suas famílias e criar seus filhos. Extraído do Jornal Matéria de Capa


 

quinta-feira, 28 de março de 2019

História de Xangri-lá





Xangri-lá: conheça a história de uma das mais famosas praias gaúchas

O balneário foi emancipado de Capão da Canoa por meio de plebiscito realizado em março de 1992











Luiz Ávila / Agencia RBS
Avenida Paraguassu, em Xangri-lá, em 1975
Até 27 anos atrás, o balneário de Xangri-lá pertencia ao município de Capão da Canoa, . A praia emancipou-se através de um plebiscito realizado em 26 de março de 1992. Hoje, é um expressivo  município dodo litoral  norte do Rio Grande do Sul, que compreende nove outros balneários: Atlântida, Guará, Praia dos Coqueiros, Marina, Maristela, Remanso, Arpoador, Noiva do Mar e Rainha do Mar (distrito).
A origem do nome Xangri-lá vem de uma palavra criada pelo novelista inglês James Hilton (1900-1954), na sua obra Horizonte Perdido, escrita em 1933. Na literatura, Shangri-La é um país imaginário, na região do Tibete, no qual as pessoas que lá chegavam conseguiam conservar a forma física, desde que não mais saíssem do lugar. Nesta obra, que o cinema e as muitas traduções tornam amplamente conhecida, Hilton aliou o romance de aventuras ao romance de ideias. Shangri-Lá é um símbolo e uma aspiração. Nele, não existe o mal, e a vida cresce em amor e sabedoria. Shangri-La é a terra dos homens felizes, constituindo uma versão moderna da Terra da Promissão. O romance de Hilton, escrito com beleza e simplicidade, traduz e inspira a tranquilidade almejada pelos moradores e veranistas de Xangri-lá. Iniciou-se com uma dúzia de fazendas que ficavam entre as lagoas e o mar. A vida, na época, era voltada para a lagoa e para o campo: o mar, após o sobe e desce dos cômoros, não fazia parte dos interesses dos fazendeiros. Pelo contrário, eles precisavam cuidar para que o gado se mantivesse no campo, sem escapar para a praia.
Nossas praias começaram a ser modeladas com estrutura mínima, despretensiosa de ser apenas o lugar de descanso, o lugar onde famílias fossem para passar férias de verão com o privilégio de paz e tranquilidade, em dias ensolarados, com a imensidão do mar e areias fofas à disposição. No início dos anos 1950, a área começou a despertar o interesse dos homens de negócios. A construção do Hotel Termas Xangri-lá (demolido em 2006), a partir de 1955, foi decisiva para o desenvolvimento da região, que começou a ser ocupada, naquela época, por casas de veranistas. 




Como se pode ver na foto acima, ainda em 1975, a Avenida Paraguassu era bastante deserta. Hoje, Atlântida sedia os clubes noturnos mais importantes do litoral. Um grande número de luxuosos condomínios e um comércio forte ao longo da Avenida Paraguassu garantem conforto e animação especialmente durante o verão. Por outro lado, o fato de ter mantido as construções mais na horizontal (e até mesmo com o comércio restrito à principal avenida, sem se misturar com as residências, como no caso do balneário Remanso) garante a essa parte do litoral gaúcho uma certa exclusividade e um charme especial.

terça-feira, 19 de março de 2019

Antigo Restaurante do Hotel Riograndense - ano 1943


Capão da Canoa - década de 40

No fundo o Restaurante do Hotel Riograndense, que muitos anos depois, passou a ser o Boliche, no lado esquerdo o Edifício Aymoré , um dos primeiros de Capão da Canoa  Década de 40 

terça-feira, 12 de março de 2019

LOJAS LONGO É PATRIMÔNIO AFETIVO DE MORADORES E VERANISTAS DE CAPÃO DA CANOA .










Mateus Bruxel / Agencia RBS
Aos 86 anos, o sócio João Baptista Longo ainda se dedica ao negócio da família em tempo integral
O letreiro da fachada oferta ares de outros tempos: fazendas, secos, molhados, miudezas. Quem entra na Super Loja Longo confirma, de imediato, que um dos pontos de comércio mais longevos de Capão da Canoa, tem o direito de se gabar do prefixo que confere grandeza ao nome: são pelo menos 12 mil itens à venda. Na esquina das ruas Sepé e Pindorama, o estabelecimento com feições de antigamente, inaugurado há 66 anos, é um dos mais sólidos monumentos da memória afetiva de caponenses e veranistas. "Se não encontrar no Longo, não precisa mais procurar", dizem os clientes, perpetuando a fama do sortimento da casa. "Não achou? Vai no Longo!"




Surpreende descobrir que João Baptista Longo, 86 anos, ainda esteja atrás do balcão. Toca o negócio iniciado há um século pelo pai, um imigrante italiano da Calábria que chegou a Porto Alegre e depois investiu também na Litoral Norte. Sentado diante de uma escrivaninha ao fundo, cercado de prateleiras repletas de produtos, livros de memórias e fotos em preto e branco, João Baptista enumera os pioneirismos da loja inaugurada em 1949: a primeira bomba de gasolina da cidade, o primeiro posto de remédios, o primeiro posto de gás.



A variedade de artigos foi se multiplicando porque o município tinha poucas opções, e o objetivo era facilitar a vida da clientela. Hoje o Longo se concentra em tecidos, aviamentos, ferragem, bazar, brinquedos, cama, mesa e banho. A vista não dá conta de tudo, há mercadorias pendendo do teto, um sem-fim de gavetinhas. No ano passado, com a implementação de um sistema de informática, João Baptista, ainda hoje responsável pela contabilidade do empreendimento, aprendeu o básico para operar um computador.

- Só sei mexer para cobrar - brinca ele, agoniado com a necessidade de pressionar várias teclas para concluir a transação de pregos, parafusos ou botões que custam centavos.


É incessante o entra e sai - às vésperas do Ano-Novo, foram 500 fregueses diários -, principalmente quando os dias chuvosos obrigam o povo a achar um passatempo longe do mar. Tem gente que vem só para olhar, investigar as estantes, puxar assunto, lembrar de um trecho da juventude longínqua vivida na praia. Quem chega sem qualquer intenção de gastar acaba encontrando um pote, mata-moscas, fatiador de batatas ou desentupidor que de repente se torna necessário. A fartura de trivialidades parece ter poder magnético - esta repórter não resistiu a uma saboneteira e a um prendedor de cabelo. É difícil um atendente ter de confessar que não dispõe de determinado produto. Calçadeiras de metal, por exemplo. João Baptista tem grande apreço por elas - mas das legítimas, infelizmente, nem sinal de fornecedor.

- Só encontro imitação - lamenta, mostrando uma haste de plástico de R$ 5 que conjuga calçadeira e coçador de costas, cada finalidade em uma ponta.



Outro dia apareceu alguém atrás de um bilboquê. Não havia, mas o vendedor apresentou outro brinquedo de fama remota, um pião, como contraproposta. E não é por ficar démodé que o artigo perde espaço nos estoques: até penico para adultos, a R$ 4, o Longo tem.

- Vende pouco, mas sempre tem alguém que precisa - comenta o dono.

João Baptista lembra dos que já se aventuraram em furtos naqueles corredores. Certa vez, o comerciante embarcou em um táxi para perseguir um ladrão de máscaras de Carnaval. Em outro episódio, descobriu que um sujeito andava surrupiando uísque estrangeiro. Habilidoso com as peças do setor de ferragem, o proprietário montou uma engenhoca para flagrar o malandro na investida seguinte: fez uma conexão elétrica e instalou, debaixo da cobiçada garrafa, uma chave que seria acionada quando o produto saísse da prateleira. Uma lâmpada, então, se acenderia nos fundos da loja, chamando a atenção de quem estivesse à espreita. Posicionou espelhos para ampliar o campo de visão. Pena que a arapuca não tenha evitado mais uma ação do gatuno.

- Faltou luz naquele dia - conta João Baptista, rindo.



Um dos maiores chamariscos do Longo está postado junto à entrada. Dondolino, um burrinho mecânico que se move para a frente e para trás, recepciona os visitantes há cerca de 40 anos. Hoje em dia o bicho anda meio "mal de saúde", brinca Maria Amélia, 46 anos, filha de João Baptista e sócia-diretora. Numa passada lenta, ele parece cansado, as engrenagens fazendo barulho a cada embalo. Às vezes, engasga com as fichas - R$ 1 por um minuto de deleite - ou tranca logo após o arranque, forçando o funcionário do caixa a interromper o atendimento à fila de compradores para acudi-lo. Em uma era de diversões digitais, a singeleza do animal ainda causa comoção na calçada: as crianças passam freando a caminhada, puxando a mão dos pais, insistindo por uma voltinha. Abrem o berreiro quando os apelos são ignorados.

- Quem não andou no Dondolino não veio a Capão - define Liz Siqueira, 42 anos, que se encanta ao observar a filha, Maria Julia, quatro anos, repetindo um hábito da infância da mãe. - Deus o livre se ele fica doente - diverte-se a professora ao recordar uma ocasião em que o burro parou de funcionar, consternando a menina.



Dondolino está tão entranhado no imaginário local que inspira até a invenção de lembranças. Tem veranista com idade superior ao tempo de existência do burro que garante ter montado ali quando pequeno. Maria Amélia percebe o equívoco, mas não se intromete na autoficção da freguesia, deixando os saudosos recontarem momentos que nunca existiram.

- Não mato fadinhas - diverte-se ela.

Há dois anos, João Baptista foi abordado por uma turista venezuelana interessada em levar Dondolino embora. O proprietário não quis nem ouvir a proposta. Exalando orgulho, ele anuncia:

- É o monumento mais fotografado de Capão. Esse burro ferve!

Encerrar as atividades não está nos planos da família. Ainda que a concorrência tenha aumentado muito, não há motivo para reclamar do faturamento. Maria Amélia afirma que a rotina de trabalho em três turnos é o que mantém o pai disposto, de cabeça boa. Volta e meia algum conhecido se surpreende com a presença de João Baptista na loja, dia e noite, sempre circulando e se certificando de que todos estão sendo atendidos, e questiona:

- Não vai te aposentar?

O idoso devolve de pronto:

- E vou fazer o quê?

Yara Salgado Barreto, 84 anos, veranista de Capão há quase oito décadas, frequenta o Longo "desde sempre". Aprecia o ambiente, sabe que vai encontrar o que procura, principalmente as calcinhas confortáveis de marca boa:

- Gosto de olhar para cá, a cada veraneio, e ver que as portas estão abertas. Tanta coisa fecha...

Os meses de alta temporada são intensos, e a loja funciona todos os dias, com o triplo de empregados. Mas nem no inverno João Baptista descansa nos finais de semana. Aos domingos, há expediente pela manhã. Depois do almoço e da sesta, um vazio se apresenta. 

- Se não tiver um futebolzinho, fico bem perdido.

Satisfeito, o dono faz as contas:

- Há 60 anos eu não sei o que é um domingo de folga.

domingo, 10 de março de 2019

Conheça o barco que apodreceu sob a ponte do Rio Tramandaí e poderia ser opção de lazer no litoral do RS

Embarcação chamada Mississipi era utilizada para passeios turísticos pela Lagoa dos Quadros

Não se aplica / Arquivo Pessoal
Na década de 1980, barco realizava passeios turísticos pela Lagoa dos Quadros
Ao longo da história de Capão da Canoa, até mesmo muito antes da emancipação, uma área da Lagoa dos Quadros(especificamente onde seria instalado o Parque Náutico) sempre foi utilizada pela população e consensualmente concebida como pública. 
Após a emancipação, em 1982, na primeira gestão municipal (1983 a 1988), o prefeito Egon Birlem desapropriou a área, tornando-a oficialmente pública, criando o Parque Náutico. Depois de idas e vindas na Justiça, a prefeitura assumiu a área definitivamente em 2016. 
Uma fogueira de interesses ainda envolve aquela região de belezas naturais e potencial turístico. Segundo o jornalista Sérgio Agra, numa crônica escrita há 10 anos para o jornal Costa do Mar & Serra, de Capão, percebe-se que as coisas são difíceis:
“Não, não é exatamente sobre o premiadíssimo filme de 1988, dirigido pelo não menos premiado cineasta Alan Parker que narra a investigação que dois agentes do FBI fizeram no Estado de Mississipi (EUA), em 1964, quando três ativistas dos direitos civis foram brutalmente assassinados. 
Não se aplica / Arquivo Pessoal
Passageiros sendo apanhados no Parque Náutico
Não, o Mississipi objeto do comentário desta coluna é a réplica dos barcos que, durante os séculos 13 e 19 dominaram as águas daquele rio americano, e que, na segunda metade dos anos 1980, numa iniciativa do prefeito de Egon Birlem, atuaram (como atração turística) navegando na Lagoa dos Quadros.” 
“Navegando não mais nas imagens do Rio Mississipi, tampouco nas águas da nossa Lagoa dos Quadros, mas, sim, no universo das redes sociais, deparei com a foto, postada exatamente por Birlem, de um barco que lembrava aquelas antigas naus e que foi, curiosamente, batizado de Mississipi. Na sua inventividade e, acima de tudo, um visionário, Egon Birlem idealizara passeios pelas lagoas a bordo daquela embarcação. Moveu, como é bem de seu espírito irrequieto, mundos e fundos para concretizar o projeto que, sem sombra de dúvida seria um excelente apelo turístico... Como sói acontecer a burro/cracia, a inveja, o ciúme de muitos fizeram com que o projeto Mississipi ‘naufragasse’”, escreveu Agra. 
Esse primeiro Mississipi, depois de muitos passeios pela lagoa, acabou apodrecendo sob a ponte do Rio Tramandaí. Houve um segundo barco, com o mesmo nome e finalidade, que também já não existe. 
Foi bacana enquanto durou e é uma pena que o esforço despendido não tenha se consolidado nessa alternativa, que hoje seria uma opção a mais para quem aproveita as férias no Litoral.
Aydil Peruchi / Arquivo Pessoal
Segundo barco Mississipi
Colaborou Sérgio Agra

Fonte: ClicRBS
Ricardo Chaves