Políticos, empresários, entidades representativas e pescadores estiveram reunidos nesta segunda-feira (15) para o lançamento do cronograma de revitalização da Plataforma Marítima de Atlântida. O encontro ocorreu no terraço do restaurante da estrutura, onde foram detalhados prazos e o formato do edital para que as reformas ocorram.

Até 25 de fevereiro, a Associação dos Usuários da Plataforma de Atlântida (Asuplama) receberá sugestões da sociedade sobre o que consideram importante ter para deixar o local mais atrativo. As opiniões podem ser enviadas para o e-mail secretaria@plataformadeatlantida.com.br. Em 20 de março, será publicado edital com tudo o que não pode ficar de fora da revitalização. Um concurso arquitetônico será aberto e, no dia 25 de agosto, quando a plataforma completará 51 anos, o objetivo é anunciar o projeto vencedor.

— A nossa entidade está responsável, com o Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul), por elaborar o termo de referência, que é fazer o estudo técnico para ver as necessidades da plataforma e o que vai nortear o projeto do concurso — destaca Filipe Brehm Marques da Silva, presidente da Associação Central de Arquitetos e Engenheiros do Litoral Norte.

Além das sugestões da sociedade, será elaborado um conjunto de obras estruturais que precisarão ser feitas. Até 25 de agosto, o objetivo é já ter parceiros da iniciativa privada para bancar a execução do projeto vencedor.

— É uma oportunidade única. Teremos um projeto moderno que a gente possa apresentar para o empresariado e, a partir daí, fazer parcerias que permitam realizar esse trabalho e a gente possa ter um píer por mais 50 anos — torce o presidente da Asuplama, José Luís Rodrigues Rabadan.

Lojas com produtos de surfe e pesca, lancherias, restaurantes, uma capela e a construção de um quiosque na entrada da plataforma são possibilidades já estudadas para incluir no termo de referência. A reconstrução do braço sul, que desabou em 1997, deverá fazer parte do projeto, além de melhorias nas muretas e nos pilares de sustentação, por exemplo.

Outro desejo é a aproximação maior entre surfistas, pescadores e visitantes da plataforma. Uma das ideias é construir um ponto de entrada no mar para quem pega ondas. A plataforma é um dos principais picos de surfe do litoral gaúcho.

— Esse acesso facilita ao surfista em dias de ressaca no mar ou dependendo da corrente e altura das ondas, por exemplo. Isso faz com que o praticante fique muito melhor, porque, em vez de ele entrar desde a beira da praia remando, ele iria direto para a zona de impacto, onde as ondas estão quebrando — explica o surfista e vice-prefeito de Xangri-Lá Frederico Freire Figueiró.

Com a construção do acesso, a ideia é que a plataforma ganhe surfistas como associados.

— Essa revitalização é fundamental. A plataforma é um ponto de referência, um ponto histórico, um ponto turístico do município e está se deteriorando a cada dia que passa. Já caiu uma parte e, se deixar assim, pode cair o restante — sustenta o prefeito de Xangri-Lá Celso Bassani Barbosa.

O empresário que contribuir com recursos para revitalização poderá explorar espaços da plataforma, seja com publicidade ou instalação de estabelecimentos comerciais por período a ser definido.

— Como não pode ter recursos públicos aqui (por tratar-se de uma estrutura privada), o projeto não adianta só para recuperar os pilares. Porque senão o setor empresarial não vai ser atraído para investir. Então, nós vamos tratar da revitalização para que as pessoas que queiram colocar seus negócios aqui dentro tenham condições de investir, de recuperar (o investimento) e de explorar — destaca um dos principais articuladores dessa mobilização, o deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas).

O parlamentar explica que, a partir do projeto, vai se saber quanto de dinheiro será necessário para executar a revitalização. Segundo ele, muitos empresários já manifestaram interesse em investir na plataforma.

Outra forma estudada de arrecadar recursos para a revitalização é por meio da venda do naming rights (direitos de nome, ou seja, concessão da propriedade nominal de um determinado local a uma marca) da plataforma para a iniciativa privada.