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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

TRILHAS, CAMINHADAS EM RIO E RAPEL EM CASCATAS NO LITORAL NORTE

 Trilhas, caminhada em rio e rapel em cascatas: como é fazer canionismo no Litoral Norte

Aos pés da Serra Geral, cidades de Três Cachoeiras e Morrinhos do Sul têm opções de aventura perto da praia
JÉSSICA REBECA WEBER
Água cristalina, trilhas e rapel em cascatas fazem parte da experiência de canionismo realizada aos pés da Serra Geral, no Litoral Norte. Alternativa à praia — e eventuais chocolatão e nordestão —, a atividade ganha espaço nos municípios de Morrinhos do Sul e Três Cachoeiras.
Criada em 2009 no Vale do Sinos, a empresa Trilhas do Sul se mudou em definitivo para o Litoral no ano passado, apostando no potencial da região. A companhia é composta por três sócios, o técnico em enfermagem Vagner Fagundes, 40 anos, que alia as atividades ao trabalho no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Josiel Justo, 34, que trabalha em uma empresa de assistência para caminhões, e André Behenck Marques, 43, analista de sistemas que largou uma carreira em um banco para se dedicar ao turismo de aventura.
Vem de Porto Alegre o principal público da empresa, mas eles relatam que tem se solidificado junto a clientes do Litoral Norte e do litoral sul de Santa Catarina. Ressaltam que, além de não ser tão distante dos grandes centros (dá aproximadamente duas horas e meia de viagem desde a Capital), a região é abençoada com riquezas naturais quase inexploradas na parte inferior do Cânion Tajuvas.
— Quando se fala de Litoral, o pessoal pensa em praia, mas não é só isso. Aqui a gente mostra um lugar novo e uma atividade nova, pouco conhecida — diz Josiel.
A reportagem de GZH conheceu um dos roteiros, chamado de Aventuras das Águas II. Ele parte do Recanto do Sobragi (o roteiro Aventuras das Águas I ocorre na região da Cascata do Poço das Andorinhas). É preciso ter bom preparo físico e pelo menos 14 anos para participar. Os aventureiros não fazem nada sem antes vestir roupa de borracha, caneleira (para se proteger de galhos e de animais peçonhentos), capacete e a “cadeirinha” de escalada.
Após uma breve aula e uma caminhada de pouco mais de cinco minutos por pastagens, local tão alto que dá para enxergar o mar ao longe, a gente já cai na água gelada do Rio dos Negros. Ali ocorre o primeiro rapel, de uma cascata pequena até o chamado Poço do Ferro — uma oportunidade de se preparar para os desafios maiores. Um paredão de basalto, formando uma pequena gruta, espera os aventureiros embaixo. E pequenos presentes da natureza estão inclusos no pacote, como borboletas coloridas voando pertinho e libélulas que até pousam no seu capacete.
Então se chega à Cascata dos Tropeiros, onde os guias voltam a te amarrar nas cordas e repassam todas as recomendações. Descer uma cascata amarrada em cordas, com a água batendo no rosto, foi uma novidade para mim — esse roteiro não requer nenhum tipo de experiência. O presente para quem tem a coragem de vencê-la é um piscina natural de água transparente. Os guias passaram a chamá-la de “Poço da Magia”, e justificam que é bem comum que as pessoas suspirem quando chegam lá.
A gente realizou um percurso mais curto, mas o pacote inclui passar por outras duas quedas d’água. Depois, haja fôlego para subir o morro de novo.
Para a experiência ficar completa, o melhor é voltar até o Recanto sentindo o cheiro da comida feita pela dona Nilvia. Nilvia Boff Pinto Pereira, 55 anos, e Valterley da Silva Pereira, 54, começaram a receber grupos em um antigo engenho de cachaça reformado em 2016. Com uma paisagem de tirar o fôlego e um espaço decorado com muito capricho, incluindo uma série de objetos antigos, servem café rural (R$ 50 por pessoa) e almoço (R$ 35) com vários alimentos que produzem ali mesmo, como a panqueca de banana orgânica e os bolinhos de aipim. Até o café é colhido nas terras deles. Se não estiver dirigindo, é indispensável experimentar a Cachaça do Coronel, feita por Valterley mesmo, com umas gotinhas de xarope de gengibre. O atendimento ocorre por agendamento no Instagram.
A atividade de canionismo Aventura das Águas II custa R$ 220 por pessoa em grupos de oito — o preço aumenta gradativamente com equipes menores. Em razão da temperatura, os roteiros que envolvem entrar no rio só ocorrem entre novembro e março.

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