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sábado, 8 de junho de 2024

HISTÓRIA DO NASCIMENTODE ATLÃNTIDA .

 Leandro Staudt

LEANDRO STAUDT

balneário de Atlântida foi construído no início da década de 1950. Em pouco tempo, virou um dos pontos mais badalados do Litoral Norte. Planejado pelo renomado engenheiro e urbanista Luiz Arthur Ubatuba de Faria, saiu do papel em projeto da Atlântida S.A. Balneários. A empresa foi fundada em 1951 por Antônio Casaccia, que logo atraiu vários acionistas.  

A história é contada em detalhes no livro Atlântida 60 anos, de Nélide Casaccia Bertoluci, editado por Leonid Streliaev em 2011. Filha do fundador, ela viveu com a família o sonho do pai. Em 1951, Antônio Casaccia era gerente das Lojas Renner. Quando procurou o patrão e amigo A.J. Renner para comunicar o plano, foi incentivado para deixar a empresa e realizar o Projeto Atlântida. Renner inclusive fez questão de ser o primeiro a colocar o nome na lista de acionistas.

Em 11 de maio de 1951, foi fundada a Atlântida S.A. Balneários. A venda de ações permitiu a comprada de terras ao sul de Capão da Canoa. A área à beira do mar fazia parte do município de Osório. Curiosamente, quando começaram a observar a construção do balneário, moradores da região batizaram o empreendimento de "Praia dos Renni", imaginando que o comprador era apenas A.J. Renner. Em menos de dois meses, 250 terrenos foram vendidos pela empresa.

Ubatuba de Faria já tinha feito outro projeto para urbanização da região em 1939, também denominado Atlântida. No livro, Nélide, falecida em 2023, afirma que foi uma grande coincidência, porque o pai desconhecia o plano anterior quando procurou o urbanista para construir a Atlântida gaúcha. O nome foi inspirado em balneário homônimo do Uruguai.

O novo balneário foi pensado com lotes maiores do que em outros loteamentos litorâneos e mais áreas verdes. As obras começaram ainda em 1951, com as construções da Avenida Central, da estação de tratamento de água, da usina geradora de energia elétrica e do Hotel Atlântida, que seria âncora do empreendimento.

Imagine a complexidade da obra em meio às dunas na época. Faltava comércio de material de construção próximo, telefonia e acesso direto por estrada. Com dinheiro disponível e pressa, o projeto andou rápido. Em 1952, as ruas do entorno do hotel já recebiam iluminação pública. Moderna caixa d´água foi construída em meio às dunas. A Atlântida S.A. ficou responsável pelo tratamento da água captada na Lagoa dos Quadros.

Inaugurado em 27 de dezembro de 1952, o Hotel Atlântida foi erguido em 209 dias pela empresa Toigo Engenharia, com orientação dos arquitetos Mauro Guedes de Oliveira e Ricardo Perrone. O projeto foi escolhido em concurso de arquitetos. O prédio do velho hotel já foi demolido.

Em julho de 1953, Antônio Casaccia estava à frente de outra empresa. A Telesul, fundada para oferecer comunicação por micro-ondas, seria encampada mais tarde pela Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Com o novo serviço, era possível telefonar para o hotel de Atlântida. 

Casaccia, o fundador de Atlântida, morreu em 1971. Marise Casaccia Soares, a filha caçula, nasceu em 1951, mesmo ano do início da construção do balneário. Lembra que nos primeiros anos a família ficava no hotel, até o pai construir uma casa.

Atlântida hoje pertence ao município de Xangri-lá.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

 Emancipação

O povoado Capão da Canoa era o sexto distrito de Osório, tendo como sede a Vila de Cornélios. Quando esta, devido ao seu atraso econômico, passou a povoado, Capão da Canoa tornou-se a sétimo distrito de Osório, evidenciando seu desenvolvimento. Isso aconteceu em 08 de Outubro de 1958.
Na década de 1960, Tramandaí liderou um movimento emancipacionista convidando políticos e empresários caponenses a aderirem à criação de um único município. Não houve interesse em se desligar administrativamente de Osório.
Posteriormente, foi criada uma Comissão apolítica para estudar o problema. As exigências legais para a emancipação eram de renda e população, o que levou a diversas tentativas junto aos representantes de Terra de Areia e Itati. Era Prefeito de Osório Leonel Mantovani que deu seu apoio. Um comício realizado no Cine Riograndense alcançou grande sucesso e adesões à teoria emancipacionista.
Durante este período, foi eleito prefeito de Osório Romildo Bolzan, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que foi contra a emancipação dos distritos. Apesar dos esforços petebistas de Luiz Bassani, Manoel Nunes da Silveira e Gilberto Bassani, houve divisão na população, resultando 200 votos contra a emancipação. Nos outros distritos, o resultado também foi negativo. Consta que a Prefeitura de Osório mandou maquinário para atender as reivindicações de Terra de Areia e Itati, além de ensaibrar quase todas as ruas do bairro Santa Luzia em Capão da Canoa. Dias antes do plebiscito, faleceu repentinamente José Agostinelli, um dos lideres emancipacionistas.
O segundo movimento pró-emancipação reuniu uma Comissão formada por Angelo Maggi Boff (Presidente), Oliveira de Souza Monteiro, Cláudio Czarnobai, Cláudio Manoel Martins, Luiz Cesar Maggi Bassani, Edmundo Jacó Porto Preto e Martinho Jovino Espíndola. Após exaustivas demandas, Capão da Canoa emancipou-se de Osório, em 12 de Abril de 1982, através da Lei 7.638, sancionada pelo então governador Amaral de Souza. A emancipação trouxe resultados positivos para o novo município, com um significativo desenvolvimento econômico.
*Documento redigido por Ramiro Correa da Silva, cedido por Ernani Dietrich, Setembro 2004.
*Fonte Livro Origens de Capão da Canoa 1920-1950 de Mariza Simon dos Santos.
EGON BIRLEM
O primeiro prefeito de Capão da Canoa, foi Egon Birlem, a posse foi em janeiro de 1983. Egon Birlem foi prefeito duas vezes de 1983 a 1989 e depois 1993 a 1996,